segunda-feira, 28 de abril de 2008

Soundtrack...



Antes de começar a escrever este texto, falei a um amigo: “só conseguirei escrever a primeira palavra quando tomar o primeiro gole de cerveja”. Um pouco antes disso, consegui. E aqui estou de novo.

Em busca de algo que seja mais do que divagações inúteis sobre minha incapacidade criativa, sobre minha vida desbotada, sem brilho, sem cores, sem imagem. Sou um mero expectador de luzes, de fatos, de cotidianos. Inclusive o meu. Os sonhos e ilusões que se vão transformam tudo num vazio sem fim, simbolizado pela escuridão do nada.

Formas e vultos ilusórios passam por mim retratando um passado alimentado por esperanças, que agora vai ficando ao fundo como nunca antes. Paro a minha reflexão e penso nos pragmatismos que me mantêm ligado à realidade e fazem a minha consciência doer por puro perfeccionismo. Mas a visão deste lugar é sublime. É a imagem da minha condição, sentado neste boteco olhando a rua passar...

As lembranças que me doem começam a passar... Sons, fatos, rostos. O rosto dela... E cada vez mais distante vou ficando de você, preso apenas por aquilo que de bom tenho a oferecer-lhe, este cuidado e este amor do seu eterno protetor. Eu realmente gostaria de ajudar você. Eu vou ver você na próxima vida.

domingo, 13 de abril de 2008

No one else...

Como poderia eu sequer pensar que viria a se apagar em mim o fogo da inspiração e o dom da palavra? Não, talvez não este último. Porque por mais que eu hesite em escrever e naufrague em letargia, jamais esquecerei.

Sem loja de conveniência e sem bebida, porém com a mesma companhia de sempre. A Solidão há muito não me impele a retomar este hábito. Talvez quem sabe pelo tempo que se passou desde que pela última vez vislumbrei a minha musa... Mas não muito tempo faz que mais uma vez troquei palavras com a dona dos meus sonhos delirantes nos quais navego em plena vigília.

Suas palavras doces fizeram-me lembrar dos tempos de outrora, quando você me fez feliz. Era como voltar ao começo, como se nada houvesse sido feito, nada houvesse sido quebrado. Talvez só você seja capaz de alimentar o fogo da minha inspiração, que aos poucos se extingue.

Enfim, mais uma vez ao som do Radiohead escrevo para você. Escrevo sentado em um banco vazio frente a um gramado. Acima de mim apenas o crepúsculo que em breve se tornará uma abóbada estrelada, cuja lua crescente adorna de luz e beleza a noite de outono, assim como o Amor adorna minha escuridão interior com cálida luz de esperança.