“Enquanto eu longe de ti
Ando, perdida de zelos,
Afogam-se outros olhares
Nas ondas dos teus cabelos.
(…)
Adivinhar o mistério
Da tua alma quem me dera!
Tens nos olhos o outono,
Nos lábios a primavera...”
(Florbela Espanca)
Gota serena de delicadeza. Alma profunda e repleta dos mais fascinantes mistérios, intangíveis. Amor que dá saudade, gentileza que enternece. Voluptuosa e cativante. Minha razão para ainda amar.
Sou o seu segredo. Sou o seu clamor impetuoso e também o seu sonhar, pois lá é que me faço presente. Ali procurarei seus olhos esfíngicos, seus lábios feitos a pincel de qualquer divindade caprichosa; minha mais delirante inspiração, a mais inatingível aspiração.
Meu mais belo contentamento, você é a força que completa a minha alma. A razão que me aviva, a insanidade que me liberta. Saudade que vem enamorada e dolorida.
Dançará, enfm, em todos os sonhos que na memória eu puder preservar, reminiscentes, aqueles que velarei em vigília para que não desapareçam ao findarem-se as antemanhãs. Meu amor, minha melodia noturna… Nada lhe peço! Nasceu para ser livre…