quinta-feira, 29 de novembro de 2007

A morte de todos os romances...

Que hábito saudável... Hoje mais uma vez vim ao posto quando não encontrei o que fazer. Eram umas 18:25 quando comecei a escrever este texto. Havia passado o dia inteiro deprimido por razões talvez já explicadas e complementadas adiante.

Sentei-me como de costume à uma mesa de plástico do lado de fora da loja de conveniência, a minha Malzbier e eu. Peguei o meu caderno e abri em uma folha em branco qualquer com a idéia de escrever uma poesia. Mas já faz tanto tempo que não escrevo uma poesia... (droga, a garrafa molhou o papel). Bem, como eu ia dizendo, a última vez que escrevi um texto em versos deve ter sido há um ou dois anos atrás...

Não sei porque, gosto tanto de poesias, mas já não sou capaz de escrever nada além de trechos soltos. Resolvi então escrever este texto. Sinceramente, acho que foi o meu texto mais inútil... Mas de qualquer forma, coloco aqui. Quem sabe um dia eu encontro meu próprio estilo (não posso copiar o Álvares de Azevedo) e publico uma poesia minha aqui?

A propósito, aí está a trilha sonora que quase me fez morrer hoje: http://www.youtube.com/watch?v=Ty41BuLsc1A

Minha poesia dirá provavelmente algo parecido com o que afirmam nessa música... “Eu vingarei a morte de todos os romances antes que eu me vá.”

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Rebobinando...

Ao que me parece, estou realmente retomando velhos costumes. No último dia 23 eu estava andando pela universidade, pelos extensos corredores do lugar que um dia foi um seminário... Encontrei um senhor sentado num banco vendendo livros usados a preços inconcebivelmente baixos. Tudo bem, em se tratando de um “sebo”...

O que aconteceu é que um livro em particular chamou minha atenção naquela hora. Um antiqüíssimo exemplar de “O Morro dos Ventos Uivantes”, de Emily Brontë. Era uma edição amarelada pelo tempo, com páginas e capa contendo pequenos cortes e uma péssima revisão de texto. Comprei o livro por R$ 3,00. Aquilo me parecia uma coincidência, pois havia utilizado no msn justamente uma frase da mesma autora para expressar meu estado de espírito. Dizia ela: "O amor muda como as folhas das árvores no outono. Se eu for capaz de entender isto, serei capaz de amar."

Logo em seguida me dirigi à loja de conveniência do posto de gasolina, próximo à universidade. Comprei uma cerveja de 500 mL, escolhi uma das mesas de plástico ali disponíveis e pus-me a ler e beber. Havia esquecido como, de repente, posso fugir de tudo, de todos. Encontro algo que não está presente em nunhum livro de Filosofia ou Direito (ou mesmo Filosofia do Direito) os quais tenho lido, exclusivamente, nos últimos tempos. Poderiam dizer que romances são ilusões? Sim. Podem ser. O que importa? A realidade me parece tão pouco convidativa... A couraça ou seja lá o que for que eu usava já não me protege mais. Já não posso suportar a ausência daquilo que só está presente nas minhas fantasias, nos meus sonhos...

Enfim, para completar, eu encontro passagens que lembram as atitudes da minha amada, seja por perspicácia ou por cegueira causada pelo amor. Sim, o livro trata de amores infortunos... Bom, para aqueles que apreciam o estilo, eu recomendo. Vou ficando por aqui desta vez. Quem sabe desta vez haverá um final feliz?...

domingo, 25 de novembro de 2007

O fim do outono...

Enfim, um novo blog. Um novo começo. Uma atitude que partiu de uma forte necessidade de simplesmente expressar. Expressar sentimentos, expressar dúvidas, expressar dores e mágoas... Também as alegrias. Se as tiver. Algo que fazia apenas por mensagens instantâneas, com pessoas em quem confio, apenas para elas. Agradeço ao amigo César Fernández pelo apoio, para que eu pudesse renovar o ciclo.

Foi um tanto difícil escolher um tema para este blog. Imaginei aquilo que pudesse identificar a mim mesmo, aquilo que em uma síntese descrevesse a minha personalidade, a minha essência. Pensei no outono, a estação em que nasci, aquela que de fato representa a renovação do ciclo... Mas neste momento talvez não seja isso que está se passando comigo. Realmente não sei responder. Decidi então adotar um tema provisório (sim este tema é provisório), que de fato identificasse aquilo que estou sentindo, aquilo que me inspira. Estive, então, há apenas um dia escutando a famosa "November Rain" do Guns N' Roses e compreendi perfeitamente aquela mensagem e o que ela significa para mim neste momento. Colocarei aqui, mais tarde...

A vida nos faz mudar a um ponto em que olhamos e nos achamos irreconhecíveis. Passei do romantismo ao racionalismo amargo e cético, como se pode observar no blog antigo. Descobri o quanto não havia mudado. Que tudo aquilo que escrevi, toda a amargura não passava de uma máscara. Ou um escudo talvez, aquilo que usamos para que as pessoas pensem que estamos seguros. Mas uma determinada pessoa, depois de tanto tempo, me fez perceber do que eu ainda era (e sou) capaz. Mas desta pessoa falarei ao longo deste meu “livro dos dias”... O que vale dizer aqui é que, apesar de tudo, não houve final feliz. Não sei se voltei a acreditar em finais felizes. Apenas estou aqui, pela primeira vez criando coragem e escrevendo sozinho o que estou sentindo. Sem teses, sem críticas, sem textos científicos... Para que mais tarde outras pessoas venham a ler sobre aquilo que realmente sou. Aquilo que nunca deixei de ser. Talvez eu deva parar agora. É muito para um primeiro post....