terça-feira, 12 de agosto de 2008

Sail to the moon...


Gostaria de agora estar no meu querido cantinho. De volta à loja de conveniência do posto, na companhia deste velho caderno e da garrafa de bebida, sentado à mesa de plástico. Meus sonhos e minha vida passariam diante de mim desenhados nas luzes dos carros apressados, eu ali protegido de tudo o que há lá fora.

Daria cinco goles numa virada só... Enxugaria a boca com as costas da mão e, ainda sentindo a tontura, escreveria linhas como estas. Meus borrões mal trabalhados se desenhariam num triste manuscrito perdido numa folha isolada, vazia, de um branco falsamente puro como o seu dono. E tudo seria descartado depois de publicado.

Já não saberia mais quem prestaria atenção... Apenas faço para retomar o hábito. Apenas quero que a tristeza se encha e extrapole como um balão, até que vá embora. Então vou explodir e subir aos céus... E descer numa estrela cadente. Meus fragmentos incandescentes poderiam ser vistos das janelas apagadas da cidade desbotada, e todas as pessoas farão um desejo de felicidade eterna à “estrela” recém-aniquilada.