segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

À todas as noites de verão...

“Naquele mesmo momento enxerguei (mas tu não podias enxergar), voando entre a frígida lua e a terra, Cupido, de arma em punho: fez mira, ele, na direção de uma linda vestal, coroada pelo Ocidente, e libertou desde seu arco a flecha do amor, com muita habilidade e energia... como sedevesse trespassar uma centena de milhares de corações. Contudo, eu pude ver a flamejante flecha extinguir-se nos castos raios de uma lua aguada; e a imperial devota passou adiante, em virginal meditação, livre de fantasias amorosas. Eu, porém, observei onde caiu o dardo de Cupido: bem em cima de uma florzinha do Ocidente, antes branca como o leite, agora púrpura como a ferida do amor. E as donzelas chamam de amor-perfeito àquele amor ocioso.”

(William Shakespeare – “Sonho de uma noite de Verão”)


“Yesterday I got lost in the circus
Felling like such a mess
Now I’m down I’m just hanging on the corner
I can’t help but reminisce
When you’re gone all the colors fade
When you’re gone no New Year’s Day parade
You’re gone
Colors seem to fade”

(Amos Lee – “Colors”)



Férias da universidade... E eu mais uma vez aqui, escrevendo algo sem importância, mas que talvez todos venham e comentem, como sempre. Agradeço aos meus leitores. Mas ultimamente as idéias têm ficado cada vez mais escassas.

Quando eu ainda estava na universidade pelo menos ainda tinha algo a relatar sobre minhas observações no cotidiano solitário que eu levava. Até a minha ida ao boteco era motivo para reflexões existenciais e uma boa crônica. Nada como um caderno, uma cerveja (na verdade prefiro vodka ou vinho, mas já que o ambiente não ajuda...) e uma tristeza para uma boa inspiração.

Este blog tornou-se algo que eu não esperava, recebeu prêmios que eu não esperava, e um público fiel e atencioso que também não esperava. Mas na verdade, todos sabem porque eu o criei inicialmente. Acontece que talvez eu já tenha dito tudo o que deveria ser dito. Recebi todo o apoio de pessoas que nem conheço, e isso me deixa muito contente e emocionado. Mas talvez, infelizmente, já não tenha mais o que dizer.

Fará dois meses no dia 16, desde que aconteceu. Porém, já fará quatro meses desde que tudo começou, e mais de dois anos de amizade. Como já confessei, depois de tanto tempo, ela tornou-se uma pessoa importante e querida para mim, por isso nossa amizade sempre continuará. Acho que ela também pensa o mesmo, eu espero. Mas de todo caso, talvez a história termine aqui. Nem tudo foi esclarecido, mas talvez seja melhor assim. Não sei como iremos ficar. Mas eu realmente não tenho mais muita coisa para escrever no momento.

Este blog recebeu o nome que tem por causa do dia do nosso encontro, que terminou desastrosamente, como já sabem, e também por causa da música. Comecei a escrever aqui para deixar extravasar toda a dor que eu senti. E consegui. E agradeço a todos pelo apoio tão inesperado e pela atenção. Quero agradecer também à minha prima Raiza pela motivação e atenção que tem me dado (vocês devem ter visto uns comentários dela por aí). Obrigado pelo carinho, I love you! Não levem a mal, não é uma despedida. Não ainda. Estou pensando. Pensando no que vai acontecer comigo e com ela, pensando no que vai acontecer com este blog depois disso e pensando no que irei escrever depois de tudo.

Bem, acho que a chuva ainda continua, aquele dia de novembro ainda está vivo em minha memória...

3 gota(s) de chuva:

Kari disse...

Sei como é. Quando eu tava indo pra aula, eu escrevi sobre a lua que observava no caminho, ou sobre pessoas que encontrei nele... A inspiração brotava tão maravilhosamente bem!!!!!!
Agora, no entanto, as coisas não estão tão simples, mas a inspiração ainda aparece...

Poxa! Vais fazer falta em...
Independente do que aconteça com vocês, espero que continues com esse cantinho, pois as tuas crônicas são sempre muito boas e bonitas. Gosto de vir aqui!!!!

Beijos, e até!

Jéssica Teles disse...

Você fala que as pessoas te apoiam e tal... Mas você acaba ajudando as pessoas, isso sim. Com seus textos maravilhosos, bem escritos e emocionantes... E ainda essa música (que por acaso eu amo) que você colocou pra tocar... Dá todo o clima que se precisa pra aprofundar totalmente a nossa atenção e nos colocar em seu lugar!
Mas não fique triste jamais... Se Deus quis que fosse assim, é porque guarda lá na frente alguma coisa especial pra você. E também, será que você faria um blog e nos honraria com a leitura dos seus textos se não acontecesse nada?
Enfim, tudo sempre vai ter seu lado bom, não importa se for a pior situação da sua vida...

beeeeijoos*

César Schuler disse...

Ah cara, deixa o blog acompanhar o tua vida...

O que quer que aconteça, de bom ou ruim, compartilhe conosco, escreva aqui.

Tem mais prêmio pra tu lá no Confessionário.