sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Presságio...

"Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos me encaminham pra você

Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você"

(Antônio Carlos Jobim / Vinícius de Moraes)


A triste canção golpeia meus ouvidos e leva-me a uma viagem num turbilhão psicodélico de sensações amargas, desesperadas... Suaves. A calmaria se faz presente, em uma segunda melodia, flutuante, morna e levemente pulsante. Ela sussurra segredos doloridos. Embala meu pranto enquanto suspiro uma doce e desconhecida fragrância em meus lençóis. Tudo se dissolve e escorre como visgo, ao final...

O peso recai sobre mim quando o crepúsculo encobre a tarde risonha de janeiro. Eu a sinto de novo. Vem vindo como um presságio, uma mensagem dolorida de um sentimento vindouro. Um conhecido pesar. Eu a conheço. Sei que está aí. Apareça para assolar-me novamente a alma e envolvê-la em solidão. Em você.

Quero sentir suas mãos frias, meu coração tosco em constrição. Venha lenta e tímida, a passos miudinhos, para derramar-me pequenas e acerbadas lágrimas, e então espere. Eu logo estarei pronto. Plante-me novamente a poesia polida de pranto, e eu lhe darei uma flor.

2 gota(s) de chuva:

@kschnneider disse...

os que sempre abrem todo o jardim pra o novo que está porvir, são os que tem na língua gosto da vida.

gostei mto do texto. =]

beijos de poemas.

Anônimo disse...

Voltou...
Ainda bem. Só não sofra por escrever, escreva bonito e pronto.

;*