terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Noite de dezembro...

A brisa fria da noite vem soprando ao longe. Sozinho aqui sentado penso nos meus sonhos que se foram... Estou aguardando. Não importa o quê.

Há uma bela moça sentada a alguns metros à minha direita. Ela também parece estar aguardando. Parece agora pronta para levantar-se. Mas continua aguardando. Que será que ela espera? Tão solitária, assim como eu. Mas ela parece esperar por alguém. Eu também já estive esperando por alguém. E foram tantas vezes...

Não compreendo exatamente o porquê de estar escrevendo isto. Talvez eu realmente esteja sentindo os efeitos do tédio... Ou talvez eu realmente esteja adquirindo novamente o costume de escrever. Começou de mais uma tentativa frustrada de escrever uma poesia. Estava saindo um soneto em alexandrino, mas que logo depois se transformou em seis sílabas poéticas, cada um dos dois versos, reestruturados então. Mas logo desisti e estou escrevendo outro texto lírico em prosa. Dessa vez estou sem bebida, apesar de estar próximo ao estabelecimento que a vende.

A moça está usando um casaco cinza e uma saia preta com babados à altura do joelho, mais ou menos. Ela tem a pele muito branca e os cabelos escuros e ondulados, chegando a passar por pouco os ombros. Oh! Ela se foi... Não sei porque ela chamou-me a atenção. Mas não importa. Agora estou realmente sozinho.

Logo chegará a hora de levantar-me também. E apesar de me dirigir a um recinto com um número razoável de pessoas, eu continuarei sozinho. Será como se ainda estivesse sentado neste banco vazio, sentindo o ar frio da noite soprar em meu rosto... De qualquer forma, estarei melhor assim.

8 gota(s) de chuva:

Dan disse...

Essa sensaçao é realmente incrivel, rodiado de gente, continuamos ali sozinhos por dentro..

Tangerina disse...

Eu já perdi as contas, de quantas vezes em rodas dos amigos, tinha quase certeza de que não estava ali...
Mas isso, me dá insipiração pra escrever, e às vezes preferiria não a ter.
=)
Não me sinto tão sozinha agora.

Beijo!

Kari disse...

Engraçado que, a solidão sempre me foi uma grande companheira...
Já estive em vários lugares, arrodeada de gente, mas me sentindo completamente sozinha...
Ah! E é impressionante como algumas pessoas, por algum motivo nos chamam a atenção!

Beijos

Fernanda Alves. disse...

Essa sensação de estar sozinha o tempo todo msmo cercada de milhares de pessoas é mto comum msmo principalmente qndo nao estamos resolvidos com o nosso interior, mas pelo menos, qndo estamos assim, nao estamos completamente vazios de sentimento, a solidão e nostalgia sempre estao ali do lado.

bjo e mta inspiração pra vc!

Laura Veridiana disse...

Coitada da Marrie, né?
Mas minha mãe me convenceu a continuar a história, algum dia...
Ela via ficar esperando, no orfanato em Paris, como a sua moça, como você, como todos nós... sempre esperando que alguma coisa aconteça, não é mesmo?

Enfim, feliz natal!

B!ah♥=D disse...

Triste solidão...
que frequentemente me atinge...

Anônimo disse...

Talvez, você a moça estejam esperando os verdadeiros prazeres da vida.
Abrir os olhos e enxergar além do que se acha que pode, faz bem!
:}

Marcos Seiter disse...

Adorei irmão, adorei, sem palavras! A naturalidade de um fracasso ao escrever "poesia" que saiu, e se transformou em texto "lírico", adorei. Adorei esta originaidade!


Um abraço e até mais!!!!



Marcos Ster